Em um feito histórico no dia de Ano Novo de 2019, a sonda New Horizons, da NASA, enviou à Terra imagens impressionantes de Arrokoth, o objeto mais distante já explorado pela humanidade. Localizado no Cinturão de Kuiper, além da órbita de Netuno, Arrokoth intrigou cientistas com sua forma peculiar de boneco de neve e, principalmente, com sua superfície avermelhada. Agora, um novo estudo pode finalmente ter desvendado o mistério por trás dessa coloração.
Inicialmente, especulava-se que a radiação solar e os raios cósmicos, que bombardeiam constantemente a superfície de Arrokoth, convertiam elementos como metanol em moléculas orgânicas responsáveis pela tonalidade vermelha. No entanto, os mecanismos por trás dessa transformação permaneciam obscuros.
Em um experimento inovador, pesquisadores liderados por Chaojiang Zhang, da Universidade do Havaí, simularam as condições extremas do espaço, expondo amostras congeladas de metanol e monóxido de carbono a feixes de elétrons de alta energia, imitando os raios cósmicos. Os resultados foram surpreendentes!
A radiação desencadeou uma série de reações químicas, levando à formação de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAHs), moléculas comuns no universo. Mas a grande surpresa foi a detecção de glicose, o açúcar presente em nosso sangue, e alose, um açúcar encontrado em frutas e nozes. Além disso, os cientistas também identificaram glicerol, um composto utilizado em sabonetes para reter a umidade da pele.
Em outras palavras, os resultados sugerem que Arrokoth pode ter um sabor adocicado, com um toque de sabonete! E o mais intrigante: a presença de PAHs, glicose e outros açúcares explicaria a cor vermelha observada pela sonda New Horizons.
Essa descoberta abre um leque de possibilidades para a compreensão da formação do Sistema Solar e da origem da vida na Terra. É possível que objetos como Arrokoth, ricos em compostos orgânicos, tenham se chocado com nosso planeta no passado, trazendo consigo os ingredientes essenciais para o surgimento da vida.
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O estudo de Arrokoth nos lembra que o universo é repleto de maravilhas e mistérios ainda por desvendar. Cada nova descoberta nos impulsiona a buscar respostas cada vez mais complexas sobre nossa origem e nosso lugar no cosmos.